
Jay Greenberg: o maior gênio musical dos últimos 200 anos.Assina as suas obras com o apelido de "Bluejay".
Aos 13 anos já tinha escrito 5 sinfonias.
Aos 2 anos de idade começou a compôr, desenhou um violoncelo e pediu aos pais para lhe comprarem um.
No ensino básico passava as aulas a escrever partituras sem dar atenção às matérias. Os pais foram chamados várias vezes à escola, para reuniões de urgência, devido ao comportamento "problemático" da criança.
Aos 10 anos entrou para um dos mais consagrados conservatórios de música, o Julliard.
Aos 12 anos a sua obra "The Storm" foi tocada pela New Haven Symphony em Connecticut. Escreveu cada nota para todos os instrumentos em poucas horas.
Bluejay aos 12 anos em Conneticut, após a orquestra tocar
a sua peça "The Storm" - (CBS)
Agora fez um contrato com a Sony e a London Symphony Orchestra acaba de gravar a sua 5ª Sinfonia. E foi aí que Jay ouviu pela primeira vez a sua sinfonia. Começou a escrevê-la um dia, na sala 301 da escola, aborrecido com a aula de História, enquanto olhava "ausente" para um mapa na parede em frente.
A obra tem 190 páginas e Jay esteve no estúdio só para ver se as notas eram tocadas tal como ele as imaginou.
Jay Greenberg observa a orquestra Sinfônica de Londres
gravando a sua 5ª Sinfonia - CBS
O compositor Sam Zyman, em entrevista, diz:
"Estamos a falar de um prodígio ao nível dos maiores prodígios da história na área da composição, como Mozart, Mendelssohn e Saint-Saëns. Se Jay estivesse aqui agora, enquanto falamos, poderia estar a compor uma sonata para piano em 25 minutos, à nossa frente e seria uma grande obra musical.
É um fenomeno raro. Para compôr é preciso saber as notas de cada instrumento, o ritmo, as entradas, etc. Como compôr para harpa e oboé? Ter a certeza de que não é para tocar no piano, etc. É preciso dominar centenas de milhares de bits de informação para compor uma peça musical."
Entrevistado, Jay diz:
-"Não sei de onde vem a música, mas vem completamente escrita, como sendo tocada por uma orquestra na sua cabeça. Cada instrumento vem por si mesmo, se eles precisarem de o fazer. É como se o meu subconsciente dê ordens à velocidade da luz. Ouço tal e qual como ela é (a obra) como alguém já a tivesse escrito."
O ouvido de Jay é muito mais sensivel do que o das pessoas normais. Ele tem que tapar os ouvidos para não ser perturbado pelos ruidos da cidade, que soam muito mais alto para ele do que para nós, mas não consegue desligar o som da música na sua cabeça. Foi detectado que a sua cabeça "apanha vários canais" e ele "ouve" várias composições em simultâneo.
-"O meu cérebro consegue controlar duas ou três musicas diferentes aos mesmo tempo, em simultâneo com o canal da vida diária e tudo o resto." diz Jay.
Escreve sem razuras, não revê o que escreve porque sai tudo bem à primeira. Diz que não precisa de nenhum instrumento, basta-lhe a sua mente.
Gosta de andar quando está inspirado, caminha saltitando no ritmo da música que ouve e até "dirige a orquestra."
Pelley, o jornalista que o entrevistou diz que foi a entrevista mais misteriosa que fez até hoje, pois enquanto Jay falava nos olhos dele via-se que estava a ouvir mais uma dúzia de canais. No final da entrevista para o "60 Minutos" a equipe da televisão percebeu que Jay já estava aborrecido.
-"O que te faria feliz?" - pergunta o jornalista Pelley
-"Boa pergunta. Quem é capaz de definir realmente a felicidade?" - responde Jay
Muitos compositores levam a vida inteira para escrever não mais do que cinco sinfonias. Jay já escreveu a sua 5ª Sinfonia as 13 anos.
Jay "Bluejay" Greenberg - o mundo a escorrer-lhe pela cabeça
Jay "Bluejay" Greenberg, nasceu em New Haven, Connecticut, a 13 de Dezembro de 1991. Aos dois anos já escrevinhava coisas nos papéis, mas ao invés de simples garatujas desenhava violoncelos e escreveu mesmo a palavra "Celo". Petrificados, os pais levaram-no a uma loja de música e arranjaram-lhe o seu primeiro violoncelo, em que ele começou a tocar como se conhecesse o instrumento há anos.
Este não é mais um reprise de uma história de um menino prodígio como a anterior. A anterior era um aperitivo para esta (embora alguns mais apressados a comentar, não se conseguissem conter)...
Pianistas, violinistas, instrumentistas em geral, que apresentem talentos que até muitos adultos dificilmente conseguem ter, há às centenas por aí. Não são muitos, mas são bastantes. O bastante para que alguns, como o Enzo, sejam completamente ignorados.
Mas Jay Greenberg não é ignorado. Porque não é mais um prodígio. Jay Greenberg é "O prodígio". Pelo menos em termos musicais.
Com uma cultura essencialmente tonal e neo-romântica, uma música que David Cope, já demonstrou com extrema eficácia ser "computável" e a partir de bases de dados, ser reproduzível e depois ser possível criar mais a partir dela, Jay Greenberg tem na sua cabeça um pequeno computador à la David Cope.
Segundo o próprio, desde tenra idade que ouve música. Muita música. Às vezes mais do que uma ao mesmo tempo. A sua cabeça consegue dividir-se em "vários canais". E depois, consegue escrevê-la.
Ao contrário de um compositor tradicional que tem uma "ideia", um algoritmo e rabisca, garatuja, apaga, volta atrás, senta-se ao piano, muda, experimenta, Jay Greenberg "ouve" as suas criações (e também musica que não dele, como ele admite).
De um ponto de vista neurológico, estamos claramente sobre um processo semelhante ao Mozartiano. Alguém que retém na sua memória a música que ouve, mesmo que só a tenha ouvido uma vez. E depois inconscientemente a reproduz com uma precisão notável (Mozart fazia-o). Ou seja, a música já aparece "feita" e eles limitam-se a escrever o que ouvem, como se lhes fosse ditado ao ouvido por alguém. Daí que saia tudo perfeitinho, sem erros, e "à primeira". Absolutamente notável. É como um autor que decora todo um texto e se senta e depois o escreve.
O que se passa nestas mentes mais que o simples reproduzir de música anteriormente ouvida, é um processo que David Cope por si só analisou nos seus programas de composição algorítmica e pôs o seu computador a fazer. Algo que para os humanos normais não é possível desta forma e que faria com que levassem anos!
Noções como "recombinação", "alusão", "assinaturas", "reconhecimento de padrões".
Ora, todos nós sabemos que nada se cria, tudo se transforma. Quando na realidade pensamos estarmos a criar algo de novo, estamos na realidade a fazer associações e recombinações de conceitos já apreendidos por nós algures no tempo, e a utilizá-los de forma criativa e a dar-lhes uma nova apresentação original: estabelecer conecções nunca antes estabelecidas.
Imaginem o computador do David Cope: ele insere na base de dados todas os corais do Bach. Depois, o computador "limita-se" a analisá-los, ver os padrões, as regras pelas quais eles se guiam, a detectar o "estilo" e reduz tudo isto a tabelas numéricas. Depois consegue com processos matemáticos e do acaso, fazer recombinações a partir uma nota inicial qualquer. O resultado é óbvio: como segue todos os processos padronizados do Bach, vai sair necessariamente um coral que vai "soar" a um coral de Bach. Ou seja, vai sair um "novo coral de Bach". É novo porque esta combinação de notas, nunca tinha sido utilizada. É "de Bach" porque este estilo de padrões e combinações já o tinham sido utilizadas, muitas vezes, por este compositor.
Agora imaginem que nessa base de dados, não tínhamos apenas corais de Bach, mas bastava meter uma obra estranha. Uma sonata de Mozart. Isto, poderia talvez confundir o computador. Na realidade o que faria era que quando o computador fosse sentar compôr um "novo coral de Bach" iria receber umas mínimas influencias desta sonata do Mozart perdida na base de dados. Se a nova obra composta - um coral "afectado", fosse ela própria reconduzida de novo para a base de dados, já teríamos duas "anomalias genéticas" na população. E um segundo coral de Bach sairia ainda mais afectado por este estilo híbrido. A certa altura do tempo, o estilo começaria a evoluir, e começariamos a ter um estilo novo, já muito distante dos corais de Bach, mas que em nada se assemelharia às sonatas do Mozart, visto ter partido de apenas uma amostra. Teríamos um "estilo próprio".
Jay Greenberg, acredito, que passe por todo este processo. O seu cérebro, é uma gigantesca base de dados de música de todos os géneros. O que se passa é que este mesmo cérebro inconscientemente começa a fazer recombinações e reconhecimentos de padrões dos seus compositores favoritos (Bernstein, Copland, Stravinsky), e assim não admira que consiga "ouvir obras" que se aproximam do estilo destes compositores, mas ao mesmo tempo ter um estilo próprio. Porque está fortemente "contaminado" por influências que vão desde o Jazz, ao pop, etc.
A diferença entre Jay Greenberg e o computador de Cope, é que Jay é uma pessoa. E só por si é admirável o que ele consegue fazer. Porque trabalha a velocidades e com precisões que a maioria dos humanos não consegue.
A segunda é que sendo uma pessoa, tem consciência do universo e de si. E como tal, pode decidir e discernir. A sua base de dados, que num computador seria caótica: a mistura de toda a música na base de dados de um computador só iria dar lixo, em Jay Greenberg não o é! O seu cérebro consegue perceber o que pode ou não combinar. O que faz sentido ou não fundir. E é por isso que Jay (acredito eu!!) não ouve um compasso de Jazz, um compasso de Beethoven, um compasso de Limp Bizkit e escreve. Não, Jay, ouve melodias coerentes, estruturadas e consentâneas com uma afinidade intrínseca.
A conclusão é que Jay é um brilhante exemplo do que um computador pode fazer, mas ainda lhe falta fazer para ser perfeito.
A segunda conclusão é que há bênçãos para a humanidade que não se explicam facilmente e Jay é um deles. É que ser um instrumentista prodígio é tecnicamente fabuloso, mas ser um compositor prodígio, é raríssimo, porque se tem de conjugar, não um processo físico, mas um processo mental muito mais complexo: Jay tem de saber tudo e mais alguma coisa sobre todos os instrumentos e não apenas de um.
Resta saber o que o tempo fará a BlueJay e por que caminhos o seu dom o levará. Para já, gravou um CD com a sua quinta sinfonia. Ficamos à espera de mais.
Autor " Tiago Videira "

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